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Sindicato questiona contrato de prefeitura com firma de merenda
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
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O contrato da prefeitura de Peruíbe com empresa Cheff Grill, fornecedora de merenda nas escolas da rede pública, “tem um cheiro muito estranho de coisa estragada”.
A desconfiança é do presidente do sindicato dos trabalhadores nas empresas de refeições coletivas da baixada santista e litoral (Sintercub), Abenésio dos Santos.
Ele tentou fazer uma assembleia com as 150 merendeiras da terceirizada, na noite de segunda-feira (12), mas só apareceram cinco. As trabalhadoras, segundo ele, “foram ameaçadas”.
Durante o dia, Abenésio recebeu dezenas de mensagens pelo WhatsApp, de funcionárias relatando as ameaças de demissão, caso participassem da assembleia.
A reunião debateria como cobrar da Cheff Grill três cestas básicas em atraso e depósitos do fundo de garantia por tempo de serviço (fgts) pendentes desde abril.
Uma das possibilidades seria a paralisação do trabalho, nos próximos dias, mas o boicote da empresa à participação das trabalhadoras frustrou essa forma de luta.
Nesta terça-feira (13), o sindicalista divulgou ofício que recebeu do chefe de gabinete da prefeitura, Felipe Antônio Colaço Bernardo, de 24 de outubro, sobre o contrato com a empresa.
O ofício foi em resposta a notificação extrajudicial do sindicato, questionando o contrato, firmado em 13 de novembro de 2013, com encerramento em 12 de novembro.
“Inexplicavelmente, o contrato venceu nesta segunda-feira (12), mas a Cheff Grill continua prestando o serviço às escolas municipais. Como pode isso?”, pergunta Abenésio.
Na notificação, o Sintercub perguntou se o contrato seria prorrogado. E se, em caso negativo, que empresa assumiria no lugar da atual. “A resposta foi contraditória”, diz o sindicalista.
Segundo ele, o chefe de gabinete respondeu que não haveria prorrogação em respeito ao limite de 60 meses estabelecido pela lei 8666-1993. “Como explicar, então, a permanência da empresa?”, questiona.
“Há algo estranho no ar”, diz Abenésio. “Estará a prefeitura fazendo os repasses corretamente à empresa? Por que não fiscaliza as irregularidades trabalhistas?”.
O sindicalista estará reunido com seu departamento jurídico, nesta quarta-feira (14), para acertar medidas judiciais contra a empresa e a prefeitura, que é corresponsável pelos direitos trabalhistas.