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Miguel Torres
A Petrobras, os trabalhadores e a conta
segunda-feira, 23 de março de 2015
Miguel Torres
A “Operação Lava Jato”, que analisa o caso Petrobras, vem pondo à mostra uma gama – que não para de crescer – de mazelas, corrupção e negócios escusos que levam o movimento sindical, trabalhadores, sociedade em geral e oposição a exigir, do governo, um posicionamento firme na apuração dos fatos e punições, no rigor da lei, aos envolvidos.
E as autoridades incumbidas desse que é, sem dúvida, um desafio ímpar, têm pela frente uma duríssima missão: resgatar a confiança da sociedade na instituição – e consequentemente no próprio governo, fragilizado pela situação em si e por sua incapacidade de conduzir os rumos políticos, econômicos e sociais da Nação de uma forma que gere progresso e desenvolvimento, atendendo, principalmente, às demandas da classe trabalhadora e do setor produtivo, e não aos interesses de especuladores.
A preocupação da Força Sindical é, e sempre será, com o futuro de milhões de trabalhadores brasileiros, que vêm sendo penalizados pelos efeitos negativos decorrentes do processo (dados dão conta de que cerca de 5% da população está, direta ou indiretamente, vinculada a atividades de empresas atreladas à estatal, principalmente da construção civil e da construção pesada).
A Força Sindical tem perto de 100 entidades desses setores, que representam cerca de 1 milhão de trabalhadores. Desses, perto de 30 mil foram demitidos, sem receber seus direitos porque as empregadoras também não receberam da Petrobras. São operários com documentos retidos por falta da rescisão e, portanto, impossibilitados de conseguir outro emprego formal. E enquanto isto a economia brasileira segue, firme, em seu processo continuado de desaceleração.
Os trabalhadores brasileiros anseiam por providências imediatas, de quem de direito, para atenuar e reverter os prejuízos que vêm sofrendo. E que o governo tenha pulso firme para punir com o rigor merecido quem, comprovadamente, tenha “culpa no cartório”. O que não podemos permitir é que seja sempre a classe trabalhadora que tenha de pagar a conta por algo que ela não fez!
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical