Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
Miguel Torres
Emprego é um direito!
terça-feira, 30 de abril de 2019
Miguel Torres
O 1º de Maio, Dia do Trabalhador, é uma importante data e um grande momento para os trabalhadores reafirmarem suas lutas por mais direitos e refletir sobre as conquistas e o momento pelo qual o Brasil atravessa.
Este ano, as centrais sindicais e os movimentos sociais farão um grande ato em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, e em centenas de cidades pelo País. Neste 1º de Maio vamos unir nossas vozes em defesa dos direitos, mostrar toda nossa indignação contra o fim da aposentadoria e cobrar mais empregos.
Vale lembrar que no DNA do 1º de Maio está a luta por mais direitos. Em 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago (EUA) que tinha por objetivo reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. O evento contou com a participação de milhares de pessoas e levou alguns manifestantes à morte.
Neste 1º de Maio vamos aprofundar algumas reflexões que passam pelas incertezas ao constatarmos uma forte assimetria entre os anseios dos trabalhadores e as atitudes do governo. Destacamos que a proposta de Reforma da Previdência não combate as desigualdades nem os privilégios. Não é reforma, é o fim da aposentadoria! O governo quer que contribuamos mais e recebamos benefícios menores. Vamos intensificar a luta por mudanças no projeto que prejudica os menos favorecidos.
A radiografia econômica do País revela um quadro que traz preocupações para os trabalhadores. A estimativa do PIB para este ano é de apenas 1,49%. Um “Pibinho anêmico!”. Os juros estão em patamares proibitivos, levando o setor produtivo à UTI. Infelizmente já se constata uma forte desaceleração na economia.
É importante protestar contra o desemprego. O governo precisa atentar-se à questão do emprego. Com mais emprego há mais produção e consumo, o que gera crescimento econômico e mais renda. O desemprego é um mal que causa enormes danos à sociedade, e estes danos não estão ligados apenas à perda dos rendimentos e do poder de compra. O desemprego é fator de desagregação familiar, aumento do alcoolismo e da violência. Com emprego, as pessoas têm condições de suprir suas principais necessidades: comida, moradia, transporte, vestuário, educação, serviços de saúde eficientes e lazer.
A intenção do governo de reajustar o salário mínimo em 2020 sem aumento real é uma humilhação e frustra as expectativas de trabalhadores e aposentados. O valor noticiado hoje mostra com clareza a mesmice conformista do governo, que quer oferecer migalhas ao aumentar o salário mínimo apenas pela inflação.
Negar aumento real é uma insensatez, e deixa claro o descaso do governo para com os trabalhadores e aposentados brasileiros. O governo parece se esquecer que um aumento digno para o mínimo é uma forma de distribuir renda. Lembramos que o acordo das centrais com o governo, em 2006, que indicava a inflação, somada ao PIB de dois anos anteriores, resultou em diminuição da pobreza, aumento do consumo e melhorias para toda a sociedade.
É de conhecimento geral a importância de um piso digno para o enfrentamento das desigualdades existentes e para o fortalecimento do mercado interno, essencial para o desenvolvimento do País, que gera empregos e renda para todos.
O governo tem de ter coragem para mudar os rumos da economia. Mas infelizmente estamos presenciando um governo que optou pelos especuladores, esquecendo a necessidade social dos menos favorecidos.
Vamos, juntos, neste Dia do Trabalhador, unir nossas vozes e mostrar a necessidade de crescer e distribuir renda. Vamos lutar por uma sociedade mais justa, com emprego decente e renda, com saúde e educação de qualidadade, com tranporte e moradia dignos como fatores para a construção de uma sociedade igualitária, com oportunidades para todos.
Miguel Torres é presidente da Força Sindical, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos