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Mulher
Trabalhadoras da Alimentação fazem ato do Dia da Mulher
terça-feira, 21 de março de 2017
Mulher
A data fixada internacionalmente é 8 de março, mas as entidades sindicais fazem manifestações ao longo do mês de Março
Mulheres e homens que são dirigentes sindicais em vários municípios do Estado de São Paulo estiveram hoje (dia 21) do ato referente ao Dia Internacional da Mulher na Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Estado de São Paulo. “É importante a presença de sindicalistas e também das trabalhadoras das diferentes indústrias. Todas tiveram a chance de participar dos debates de temas fundamentais para o cotidiano das pessoas como a reforma da Previdência, a violência doméstica e o tráfico de mulheres”, declarou Neuza Barbosa de Lima, secretária de Relações Internacionais da Federação. “O debate que fizemos serve para nos fortalecer na defesa dos nossos direitos”, destacou Telma Regina Barbosa Bueno, secretária da Mulher da Fetiasp.
“Quando a mulher ingressou no mercado de trabalho diziam que o seu salário era para complementar a renda da família. Hoje, a situação mudou e muitas são chefes de família”, disse Antonio Vítor, presidente da Federação, acrescentando que a meta da entidade é prestigiar a mulher. “Conversei muito com o companheiro Araújo (Melquíades de Araújo, ex-presidente da Federação) e na próxima diretoria a companheira Neuza assumirá a vice-presidência da Fetiasp, por mérito”, informou.
Maria Auxiliadora dos Santos, secretária nacional das Mulheres da Força Sindical, defendeu maior participação das mulheres nos cargos de direção das entidades sindicais e a ratificação da Convenção 156, que trata da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no âmbito do trabalho, e, também, no que se refere às responsabilidades familiares,
Sem comemoração – “A coisa está feia e nós mulheres não temos nada a comemorar. Ganhamos salário 30% menor que os homens para exercer a mesma função e ocupamos apenas 5% dos cargos de chefia”, ressaltou a advogada Tonia Galleti, coordenadora do Departamento Jurídico do Sindicato Nacional dos Aposentados, que fez a palestra da reforma da Previdência na Fetiasp.
Tonia criticou os homens que usam argumentos de que as mulheres não aceitam outras mulheres como chefes. “Homem faz fofoca e passa rasteira. Não queremos cota. Queremos igualdade. Quem tem que pedir cota são os homens já que somos maioria”, afirmou.
Antes de entrar no tema Previdência, a advogada disse: “estamos assistindo no Brasil o desmonte do estado social de direito. A Câmara dos Deputados colocou em pauta a terceirização, que acaba com o trabalho. Não há Previdência Social sem trabalho. A Previdência só existe porque há trabalhador, sem trabalhador a Previdência vai viver de quê? Não acredito no negociado sobre o legislado no Brasil porque não estamos em situação de igualdade entre trabalhadores e empresários”.
“Os defensores das reformas começaram pela Previdência Social (começaram pelo fim) para não dar clareza sobre os planos que vão colocar em práticas sobre o fim do trabalho celetista (pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho)”, alertou Tonia. Para ela, as mulheres e os rurais serão os mais prejudicados.
Estão previstas mudanças em 130 itens na reforma da Previdência, mas as principais são: idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres; aumentar de 15 anos para 25 anos o tempo que o trabalhador (a) precisa contribuir para ter direito ao benefício; mudança no cálculo da aposentadoria . Não conta os maiores salários, mas a média dos salários (menores e maiores tudo junto).
“Precisamos enviar emails para os parlamentares contra a reforma da Previdência”, afirmou. Na sua opinião, os cidadãos devem se perguntar “o quê vai ser da sociedade? Que tipo de estupidez está rondando o Brasil?”.
Outras palestrantes foram Joseane Andrade Silva Bernardes, da entidade Mulhereviva, sobre Violência contra Mulheres e Jaqueline Leite, sobre o tráfico internacional das mulheres.
Também homenagearam as mulheres o secretário-geral da Uita (União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação), Gerardo Iglesias; presidente da Força Sindical-SP, Danilo Pereira da Silva, o vice-presidente da CNTA (Confederação da categoria), Artur Bueno Filho e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de SP, Carlos Vicente de Oliveira.