16º aniversário do Espaço da Cidadania comemora novos caminhos para a inclusão
Em menos de 30 minutos o auditório do sindicato ficou pequeno ao receber os convidados que queriam conhecer o resultado da mais nova pesquisa e as imagens dos vídeos que poderão ajudar a mobilizar diversos setores a favor da inclusão. Representantes de empresas, entidades públicas e privadas, trabalhadores com deficiência, sindicatos fizeram questão de conhecer as novidades em 15 de fevereiro.
A 11ª pesquisa anual “Lei de Cotas – Trabalhadores com Deficiência no setor metalúrgico de Osasco e Região” realizada pelo sindicato e apoiada pela Gerência Regional do Trabalho de Osasco e pelo Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência em São Paulo faz outras revelações:
1.A média de cumprimento da Lei ficou em 105,6%, mas as matrizes atingiram 108,2% e nas filiais, o índice de ocupação ficou em 81,8%;
2.Observando o tipo de produto fabricado, o cumprimento da Lei varia de 112% no setor automotivo e o menor índice é de 87,9% nas áreas de estamparia e fundição;
3.Observando os municípios de funcionamento das empresas, aquelas instaladas em Jandira/Carapicuíba lideraram a ocupação das vagas com 131,4% e o extremo ficou para a região de Alphaville e Tamboré (Barueri), com 87,5% de cumprimento;
4.O cumprimento da Lei por tamanho de estabelecimento indicou que os índices variaram de 116,7% para as empresas com 100 à 200 empregados e o menor índice foi registrado em 94,7% para empresas de 201 à 500 empregados. O grupo de empresas acima de 501 empregados também superou o exigido pela Lei;
5.61% das empresas estavam cumprindo 100% ou mais da exigência legal e pela primeira vez nas 11 pesquisas não foi encontrada nenhuma empresa sem ter contratado pelo menos 1 pessoa com deficiência.
6.Houve escolhas por tipos de deficiência (como física, com 43,2% e auditiva, com 33,1%) e exclusão de outras (como quem possui duas ou mais deficiências simultâneas, com 1% ou aqueles que têm deficiência intelectual, com 3,4%).
Participaram dos debates além de empresas e trabalhadores, o coordenador do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência de São Paulo, José Carlos do Carmo (Kal) e do Gerente Regional do Trabalho de Osasco, Ronaldo Freixeda, que arrematou “A pesquisa mostra um maior comprometimento das empresas na inclusão de trabalhadores com deficiências. isso demonstra que a empresa já assimilou a ideia da diversidade, de que trabalhar com os diferentes não traz problema nenhum”.
Vários trabalhadores com deficiência fizeram depoimentos e deram entrevistas para a imprensa presente, como a Agência Brasil que fez a reportagem “Empresas de Osasco cumprem lei de contratação de pessoas com deficiência”. Foram ouvidos pela reportagem o funcionário da Cinpal há 13 anos, Renildo Alcantara da Silva, de 42 anos, que é amputado bilateral e Airton Aparecido dos Santos Reis, de 30 anos, que é deficiente auditivo e teve sua primeira oportunidade de trabalho na Cinpal, há 11 anos.
Renildo contou que passou por diversas funções e atualmente é auxiliar administrativo. “No começo, foi complicado porque eu não sabia como ia ser acolhido. Mas foi muito bom, porque me colocaram em locais onde eu pude executar as tarefas sem risco e estou muito bem atualmente. Lá já havia pessoas com deficiência e isso me fez sentir mais confortável.”
Já o Airton contou que era inexperiente e não sabia como trabalhar, porém recebeu treinamento de seu supervisor para a função. “Tudo sempre foi feito com muita paciência e educação. Eles escreviam o que eu tinha que fazer e me ensinavam como fazer para não ocorrer nenhum acidente. A Cinpal foi uma oportunidade para mim, e minha vida mudou depois de começar a trabalhar”, disse Airton, que contou com a ajuda de um intérprete na entrevista.
A pesquisa está disponível no site (www.ecidadania.org.br)
O Futuro que Queremos
A 2ª parte do encontro foi o lançamento regional da série de vídeos produzida pela OIT/MPT “O Futuro que Queremos – Trabalho Decente e Inclusão de Pessoas com Deficiência”.
Falaram sobre a importância dos vídeos Marta Gil, consultora de inclusão; Daniela Bortman, Gestora de Medicina do Trabalho e os Procuradores do Trabalho Ramon Bezerra dos Santos e Sofia Vilela de Moraes e Silva. Ela que é coordenadora técnica da série destacou: “O objetivo da série é romper os mitos em torno da contratação da pessoa com deficiência, ela traz exemplo de práticas de empresas que estão cumprindo e buscando cumprir, empresas que transformaram o meio ambiente de trabalho para receber os trabalhadores com deficiência”.
Para acessar a série basta entrar no youtube e digitar “O Futuro que queremos: Trabalho Decente e Inclusão de Pessoas com Deficiência”.