Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
18 ABR 2024

Imagem do dia

Mobilização dos Portuários de Santos

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Salário Mínimo na Espanha sobe para 1000 euros a partir de janeiro

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Artigos

Salário Mínimo na Espanha sobe para 1000 euros a partir de janeiro

Por: Clemente Ganz Lúcio
O acordo celebrado pelas Centrais Sindicais protege mais de 1,8 milhões de trabalhadores, na grande maioria mulheres e jovens inseridos no setor de serviços e no meio rural.
 
Clemente Ganz Lúcio
A Espanha deu mais um importante passo para aumentar a base salarial de toda a economia do país. O acordo foi celebrado pelo governo (coalização do PSOE e Unidos Podemos) e pelas Centrais Sindicais CCOO e UGT nesta terça-feira (08/02/22) sem a participação da representação dos empregadores, que se negaram a participar e o criticaram. Esse acordo será aprovado pelo Conselho de Ministros no dia 22 próximo.
 
O salário mínimo na Espanha passará a ser de 1.000 euros (14.000 euros anuais), pagos em 14 parcelas1 durante o ano e retroativo a janeiro. Desde 2016, o aumento real acumulado é de 39%, já descontada a inflação de 11,04% no período medida pelo IHPC. Em 2016, o salário mínimo era de 648,60 euros. Os reajustes representaram o acréscimo de 351,40 euros ou 54,4% de aumento.
 
A Espanha tem se destacado no noticiário brasileiro pelas mudanças trabalhistas que vem promovendo nos últimos três anos, com destaque para o Acordo Tripartite (governo, empregadores e trabalhadores), aprovado na primeira semana de fevereiro pelo Congresso.
 
Destaque-se que desde a década de 1980 foram promovidas pelos governos e Congresso da Espanha cerca de 52 reformas laborais, sendo as de 1994 e 2012 as mais extensas, todas sem a participação das partes interessadas (trabalhadores e empregadores), negando o princípio da autonomia coletiva para que os trabalhadores incidissem diretamente na regulação que afeta sua vida laboral. Considere-se que a atuação patronal para apoiar e articular essas 52 reformas foram constantes2.
 
A nova agenda mobilizada pelo governo de Pedro Sánchez desde 2019, coalização PSOE e Unidos Podemos, consignou no Componente 23 do seu “Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência” quatro diretrizes para as “Novas políticas públicas para um mercado de trabalho dinâmico, resiliente e inclusivo”3, que são:
 
  • Simplificação dos contratos: generalização do contrato por tempo indeterminado, causalidade da contratação temporária e regulamentação adequada do contrato de treinamento.
  • Estabelecimento de um mecanismo permanente de flexibilidade interna e requalificação de trabalhadores em transição.
  • Modernização da negociação coletiva.
  • Modernização da contratação e subcontratação de atividades comerciais.
As gravíssimas consequências para o mundo do trabalho da crise sanitária do novo coronavírus foram enfrentadas por políticas públicas e compromissos dos empregadores e trabalhadores, pactuados em mesas de negociação tripartites mobilizadas pelo governo desde 2020.
 
Nesse espaço de diálogo tripartite, foram reguladas questões do trabalho remoto e do teletrabalho (setembro de 2020), da igualdade salarial entre mulheres e homens (outubro de 20220), das medidas para garantir os direitos trabalhistas das pessoas envolvidas na distribuição no campo das plataformas digitais (maio de 2021) e das políticas ativas para a geração de emprego, entre outras importantes medidas.
 
No início desse mês, o Congresso aprovou o Acordo Tripartite, celebrado em dezembro passado, no qual as partes pactuaram: fortalecer a negociação coletiva, valorizar os sindicatos e dar prevalência dos contratos coletivos setoriais sobre os acordos por empresa, ampliando sua eficácia para todos os trabalhadores e terceirizados; limitar os contratos de trabalho com prazo indeterminado; medidas para combater a rotatividade e a informalidade; políticas de flexibilidade internas às empresas para a proteção dos empregos em momentos de crise; a formação profissional como parte do contrato de trabalho e direito do trabalhador; medidas para inibir demissões, inclusive no setor público.
 
Com a negociação coletiva valorizada e os sindicatos fortalecidos nas suas atribuições, abre-se, por meio da negociação direta entre a representação das empresas e dos trabalhadores, as condições para manterem tratativas e oportunidades para celebrarem acordos que regulem as relações de trabalho e os direitos daqueles que fazem parte da base de representação dos sindicatos e dos âmbitos das negociações.
 
O mundo do trabalho, tanto na Espanha como no Brasil, é caracterizado pela heterogeneidade na inserção na vida laboral, com muitas ocupações diferentes do assalariamento clássico, seja pelas mudanças tecnológicas e digitais, pela reestruturação do sistema produtivo, pela flexibilização das formas de contratação e de possibilidades de ocupações, pela precarização das proteções sociais, trabalhistas e previdenciárias promovidas pelas sucessivas reformas trabalhistas. No geral, essas trabalhadoras e trabalhadores contam com baixa proteção oriunda da ação dos sindicatos de base.
 
Nesse quadro de mudanças, abrem-se portas para o protagonismo de organizações nacionais ou gerais de representação da classe trabalhadora, as Centrais Sindicais e/ou Confederações Nacionais, que passam a ter oportunidades de regular e proteger, e desafios de organizar uma parcela expressiva das pessoas que compõem a força de trabalho do país e que não estão inseridas na vida laboral através do assalariamento clássico com a empresa principal. Os acordos acima citados dão conta de responder a esse escopo de desafio para os quais a Centrais Sindicais espanholas, a CCOO e a UGT, têm base de representação e representatividade que lhes dão legitimidade para negociar e pactuar.
 
Cabe as essas duas organizações nacionais de representação geral da classe trabalhadora, mobilizar e expressar o interesse das trabalhadoras e dos trabalhadores, no geral mais vulneráveis e precários, para regular sua base de remuneração. Aqui se situa a tarefa de negociação para a valorização do salário mínimo.
 
Na Espanha, em 2021, as Centrais Sindicais firmaram um Acordo Nacional com o setor patronal, para que as Convenções Coletivas naquele ano regulassem um piso salarial de, no mínimo, 1.000 euros pagos em 14 parcelas. Isso garantiria aos trabalhadores assalariados um patamar de remuneração igual.
 
Agora, o governo e as Centrais Sindicais celebram um acordo que estende para todos os demais trabalhadores o mesmo direito de uma salário mínimo de 14.000 euros anuais, pagos em 14 parcelas de 1.000 euros.
 
Esse acordo, construído em processo de negociação, materializa um compromisso do governo, também pactuado com a União Europeia, de elevar o salário mínimo naquele país para uma faixa equivalente a 60% do salário médio da economia espanhola. Segundo o estudo do comitê de especialistas que analisou o assunto, para atingir essa meta, o salário mínimo na Espanha deve chegar a 1.050 euros.
 
Os dirigentes sindicais da UGT e da CCOO, além de comemorar o atual acordo, anunciam para este ano as tratativas com o governo e esperam que, com a participação da representação empresarial, devam atingir o valor de 1.050 euros.
 
O acordo celebrado pelas Centrais Sindicais protege mais de 1,8 milhões de trabalhadores, na grande maioria mulheres e jovens e inseridos no setor de serviços e no meio rural. Há também pressão para que cerca de 300 mil trabalhadores tenham seus convênios coletivos atualizados com no mínimo essa nova base salarial, conforme expressa o Acordo celebrado entre trabalhadores e empregadores em 2021.
 
Destaque-se ainda que esse acordo de aumentar o salário mínimo para 1.000 euros está em consonância com as diretrizes na União Europeia para a política de crescimento da base salarial nos 27 países da região.
 
Essas pactuações buscam enfrentar o profundo desequilíbrio do mercado de trabalho espanhol se comparado aos países da União Europeia, que arrasta uma baixa produtividade, alta rotatividade da mão de obra, precarização e desemprego. Os contratos temporários pressionam os salários e as condições de trabalho, favorecendo a desvalorização salarial que deteriora o padrão de vida e enfraquece a demanda interna e, portanto, a capacidade de crescimento econômico. Trata-se de romper com um processo de incremento da produtividade espúria que busca competitividade através da redução de salários e da precarização das condições de trabalho.
 
É um longo caminho, difícil, mas virtuoso, porque assentado na valorização do diálogo social e da negociação coletiva, buscando meios para uma distribuição mais justa dos incrementos da produtividade, da renda e da riqueza gerada pelo trabalho de todos.
 
Notas
 
1 Para comparar com o Brasil, esse montante anual corresponde a 13 parcelas de um salário de 1.077 euros, ou cerca de R$ 6.450,00 por mês (R$ 84.000,00 por ano). No Brasil, o salário mínimo atual é de R$ 1.212,00 (15.756,00 anual).
 
2 Essas reformas, em especial a de 2012, inspiraram o governo Temer e o Congresso no Brasil a aprovarem, em meados de 2017, a mais extensa reforma laboral desde a criação da CLT, nos anos 1940.
 
3 Esse Projeto/Plano foi apresentado pelo governo espanhol e aprovado pela União Europeia em meados de 2021.
 
Clemente Ganz Lucio é sociólogo, assessor do Fórum das Centrais Sindicais e ex-diretor técnico do DIEESE
Liberdade de expressão não é liberdade de agressão
Eusébio Pinto Neto

Liberdade de expressão não é liberdade de agressão

O esquenta do 1º de Maio
João Guilherme Vargas Netto

O esquenta do 1º de Maio

Um inovador primeiro passo
Clemente Ganz Lúcio

Um inovador primeiro passo

Pela manutenção da Democracia e sem anistia
Milton Cavalo

Pela manutenção da Democracia e sem anistia

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho
Sérgio Luiz Leite, Serginho

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade
Maria Auxiliadora

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade

Uma questão de gênero
Aparecida Evaristo

Uma questão de gênero

Avanços reais
João Passos

Avanços reais

Dia dos trabalhadores em edifícios
Paulo Ferrari

Dia dos trabalhadores em edifícios

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar
Milton de Araújo

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar

Mensagem a Marinho
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mensagem a Marinho

Apagão de responsabilidade
Nilton Souza da Silva, o Neco

Apagão de responsabilidade

Viva a república
Zoel Garcia Siqueira

Viva a república

19° CONGRESSO – ‘Democracia, sindicalismo e direitos trabalhistas’
Luiz Guedes da Conceição Aparecida

19° CONGRESSO – ‘Democracia, sindicalismo e direitos trabalhistas’

A contribuição assistencial e os oportunistas de plantão
César Augusto de Mello

A contribuição assistencial e os oportunistas de plantão

Em Brasília, sindicalistas debatem necessidades do setor elétrico nacional
Força 19 ABR 2024

Em Brasília, sindicalistas debatem necessidades do setor elétrico nacional

Servidores públicos debatem financiamento sindical
Força 18 ABR 2024

Servidores públicos debatem financiamento sindical

Mobilização dos Portuários de Santos
Imagem do dia 18 ABR 2024

Mobilização dos Portuários de Santos

Seminário promove debate sobre o combate ao assédio eleitoral no trabalho
Força 18 ABR 2024

Seminário promove debate sobre o combate ao assédio eleitoral no trabalho

Miguel e Chicão debatem fortalecimento da negociação coletiva
Força 18 ABR 2024

Miguel e Chicão debatem fortalecimento da negociação coletiva

Prevenção de Acidentes do Trabalho: lançada a CANPAT 2024
Saúde e Segurança 18 ABR 2024

Prevenção de Acidentes do Trabalho: lançada a CANPAT 2024

Luiz Marinho e deputado Gastão recebem centrais sindicais
Força 18 ABR 2024

Luiz Marinho e deputado Gastão recebem centrais sindicais

Articulação para atualização do movimento sindical segue em Brasília
Força 18 ABR 2024

Articulação para atualização do movimento sindical segue em Brasília

Dia do Motociclista Profissional em debate no Senado Federal
Força 17 ABR 2024

Dia do Motociclista Profissional em debate no Senado Federal

Sindicalistas debatem temas relacionados à previdência propostos no GT do Setor Químico
Força 17 ABR 2024

Sindicalistas debatem temas relacionados à previdência propostos no GT do Setor Químico

Lideranças da Força Sindical se reúnem com delegação chinesa da ACFTU
Força 17 ABR 2024

Lideranças da Força Sindical se reúnem com delegação chinesa da ACFTU

Após conquistas, Sintrabor exalta organização nos locais de trabalho
Força 17 ABR 2024

Após conquistas, Sintrabor exalta organização nos locais de trabalho

Terceirizada some e unidade de Saúde em Guarulhos fica sem limpeza
Força 17 ABR 2024

Terceirizada some e unidade de Saúde em Guarulhos fica sem limpeza

Reunião do presidente Miguel e assessor jurídico da CNTM
Força 17 ABR 2024

Reunião do presidente Miguel e assessor jurídico da CNTM

Sindnapi reforça divulgação do 1º de Maio Unificado
Força 17 ABR 2024

Sindnapi reforça divulgação do 1º de Maio Unificado

Por que regulamentar a relação entre motoristas de veículos 4 rodas e empresas de aplicativos?
Força 17 ABR 2024

Por que regulamentar a relação entre motoristas de veículos 4 rodas e empresas de aplicativos?

Liberdade sindical sob a ótica dos atos antissindicais em debate
Força 16 ABR 2024

Liberdade sindical sob a ótica dos atos antissindicais em debate

Hoteleiros de Goiás debatem fortalecimento do movimento sindical
Força 16 ABR 2024

Hoteleiros de Goiás debatem fortalecimento do movimento sindical

Ato e Canto pela Vida será domingo (28); confira programação
Força 16 ABR 2024

Ato e Canto pela Vida será domingo (28); confira programação

Veja fotos do Lançamento do 1º de Maio Unitário
Imagem do dia 16 ABR 2024

Veja fotos do Lançamento do 1º de Maio Unitário

Portuários fazem mobilização no Porto de Santos, nesta quinta (18)
Força 16 ABR 2024

Portuários fazem mobilização no Porto de Santos, nesta quinta (18)

Faça a sua inscrição e participe do 8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical
Força 16 ABR 2024

Faça a sua inscrição e participe do 8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical

Presidente Miguel Torres ressalta importância do Intercâmbio Sindical Brasil e China
Força 16 ABR 2024

Presidente Miguel Torres ressalta importância do Intercâmbio Sindical Brasil e China

Medicamentos a prefeitura tem, mas não farmacêuticos suficientes
Força 16 ABR 2024

Medicamentos a prefeitura tem, mas não farmacêuticos suficientes

Reunião de sindicalistas chineses e da Força Sindical
Força 15 ABR 2024

Reunião de sindicalistas chineses e da Força Sindical

1º de Maio Unitário: presidentes das centrais falam à imprensa
Força 15 ABR 2024

1º de Maio Unitário: presidentes das centrais falam à imprensa

Sindnapi apoia mudanças no desconto de mensalidade associativa de aposentados
Força 15 ABR 2024

Sindnapi apoia mudanças no desconto de mensalidade associativa de aposentados

Intercâmbio Sindical Brasil e China
Força 15 ABR 2024

Intercâmbio Sindical Brasil e China

Centrais iniciam panfletagem do 1º de Maio Unitário nesta terça (16)
Força 15 ABR 2024

Centrais iniciam panfletagem do 1º de Maio Unitário nesta terça (16)

Liberdade de expressão não é liberdade de agressão
Artigos 15 ABR 2024

Liberdade de expressão não é liberdade de agressão

Aguarde! Carregando mais artigos...